Tuesday, November 16, 2004

Primo Amore IV


Almoçou acompanhado dos habituées do seu local de eleição, na rua da Indústria do Papel, e sentiu-se só.

A porta está aberta. Entra e encontra pétalas de rosa a traçar um caminho. Segue-as apanhando uma por uma, com a adrenalina a puxar-lhe a mão à medida que encontra peças de roupa exteriores que se tornam, com a progressão da descoberta, em interiores.
Retira da maçaneta de uma porta as cuecas de cetim azul bebé e coloca-as na palma da mão. presume que é o quarto dela. A luz está apagada. Procura agora o interruptor mas está avariado. Por muito que tente habituar a visão à escuridão não consegue e avança a tropeçar em objectos que não reconhece.Tapam-lhe a boca com calor e carne e sente o cheiro familiar, o som das recordações e vê, tacteando, o cotovelo tantas vezes decalcado no livro de português.

Comments:
gosto da escrita que estás a adoptar...densa, mas muito interessante.as cuecas azul bébé não foram muito convincentes, mas não se pode ter tudo...como tua consciência apostava mais em azul turquesa, ligava melhor com a maçaneta...
 
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