Monday, November 15, 2004

Primo Amore

Começou com lentidão a super-idealizar a imagem de tão delicada rapariga. O cabelo liso e preto caía-lhe sobre os ombros e era recortado com mestria na testa cobrindo-lhe metade, dando um ar pueril e cleopátrico, definiria anos mais tarde. O seu sorriso faria com que desfrutasse aquelas aulas de uma forma repleta de prazer, muito ao contrário das outras. Talvez devido a isto a sua paixão pela língua materna tenha uma fácil explicação. Nas outras disciplinas a ordem alfabética não era observada o que fez com que passado um ano todas as páginas do lado direito do seu livro de português, tivessem o cotovelo da sua amada desenhado. O contacto com o seu livro seria o seu elo na realidade do plano físico, porque o resto era pura e simples platonismo.

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