Monday, December 27, 2004

O estranho caso das Agulhas de Pinheiro e como os Desvirginadores foram ludibriados


Quando o Gerador conheceu aquela que seria a sua consorte, desde o primeiro momento se empenhou na sua conquista, e aquela pequena flor de miosótis, assim lhe chamava ele, sentia-se regada pela dedicação que ele lhe votava tão febrilmente.

Todo o seu corpo entrou em pánico quando percebeu que estava apaixonado. A tradição dizia que todas as raparigas da vila não podiam perder a virgindade com gente da aldeia. A primeira menstruação era vista como sinal de impureza, e as raparigas que até aí eram o bastião da pureza alva e branca, passavam de anjos a demónios com todas aquelas febres e calores da idade.

Para voltar ao estado puro, tanto quanto era possível, eram desvirginadas por forasteiros, os Desvirginadores. Era um grupo que morava não se sabia muito bem onde mas quando era necessário aparecia. Dizia-se que sentiam as hormonas das raparigas e lá apareciam.
A purificação era rápida. Iam todos para a casa das virgens faziam o que tinham a fazer e no final tatuavam no pulso das agora mulheres um triângulo equilátero, sinal de produto certificado.

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